Uruguai confirmou que licitará espectro para 4G “nos próximos meses”
0
FUTURECOM 2016 – O presidente da Unidade Reguladora de Serviços de Comunicação, Gabriel Lombide, confirmou que o Uruguai licitará espectro em um curto prazo: “Leiloamos espectro há 2 anos e praticamente se completaram as bandas, restando vagas das AWS porque as operadoras alegavam que ainda não possuíam equipamentos”.
Também liberamos a banda de 700MHz e já temos escrito as especificações para um próximo leilão onde daremos todo esse espectro”, confirmou o executivo. Aclarou também que isso poderia acontecer nos próximos meses logo após que o Poder Executivo examine e aprove.
“Existem planos para a liberação e leilão de 2,5 GHz, mas ainda não existe uma manifestação de falta de espectro”, disse o executivo. A observação aparece logo após 5G Américas revelar que o Uruguai leva premiados 270 MHz de espectro, acima apenas 20,8% do sugerido pela União Internacional de Telecomunicações (UIT).
As três operadoras lançaram LTE e nesse momento a proporção de móveis com LTE é aproximadamente 40% ou 50%. A necessidade de espectro não é igual para todos os países.
Uruguai, com 3 milhões de habitantes (3,4 milhões segundo dados oficiais), não possui a quantidade de interações que pode existir entre outros países, argumentou o funcionário. Também é o país com melhor penetração 4G na região, com 55,8% no primeiro trimestre de 2016.
Sobre a modalidade, o funcionário explicou como funciona o sistema no Uruguai: se realiza uma reserva de espectro para a operadora estatal (a Agência Nacional de Telecomunicações) e se licita o restante. Logo após, se realiza um leilão entre os privados Claro (América Móvil) e Movistar (Telefónica) e Anatel deve investir a metade do que pagaram os outros dois.
Suas declarações tiveram lugar em Futurecom 2016 em um debate onde as operadoras regionais debatiam questões relacionadas ao ativo mais apreciado para os fornecedores de serviço: o espectro. Participaram, além de Lombide, representantes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), operadoras brasileiras, Huawei, Qualcomm e as máximas autoridades regulatórias de Chile (Subtel) e Equador (Arcotel).
A diretora executiva da Agência de Regulamento e Controle das Telecomunicações do Equador (Arcotel), Ana Vanessa Proaño de La Torre, disse que o país tem livre 56% do espectro que está atribuído para as Telecomunicações Móveis Internacionais (IMT por suas siglas em inglês). Destacou que as últimas entregas de espectro foram feitas de forma direta, mas que a seguinte entrega, segundo consta na nova Lei Orgânica de Telecomunicações, será realizado por uma licitação.
A reguladora equatoriana pensa em realizar a licitação de 700 MHz na metade do próximo ano e Proaño de La Torre indicou que os incumbentes poderão adicionar espectros, mas não descartaram que uma nova operadora aterrisse no mercado local. O Equador possui espectro Claro, Movistar e a Corporação Nacional de Telecomunicações (CNT).
Pedro Huichalaf, subsecretário de Telecomunicações de Chile comentou a situação do mercado local: cinco operadoras funcionam com rede e outras cinco ou seis como OMV, todas as empresas são privadas e a reguladora depende do governo.
Adicionou que as licitações não possuem um fim regulatório e que apontam fortemente ao cumprimento de cobertura e contraprestações em benefício do usuário. Com a licitação de 700 MHz o Peru arrecadou 900 milhões de dólares e Chile somente 20 milhões de dólares, exemplificou.
As três empresas que ficaram com espectro (Claro, Telefônica e Entel) foram inovadoras com carriei agregation. Agora, quando aparece 5G devemos pensar nos objetivos e em para que se necessita. “Estamos pensando na distribuição de espectro não só para comunicações, mas também prta outras coisas”.
“Primeiro foi telefonia, depois Internet e agora dados”, indicou o executivo que falou de diferentes verticais onde é possível usar o espectro, como para o setor agrícola, por exemplo.
“Não está pensado destinar espectro para ninguém”, encerrou Huichalaf, que também defendeu a necessidade de que a reguladora reserve parte dos ativos para emergências devido a quantidade de desastres que afetam o país.
Logo após, o restante dos oradores comentaram sobre a necessidade de usar eficientemente o espectro atual e pensar no futuro dos próximos.